21 de fev. de 2014

A estátua de Kurt inaugurada ontem, em Aberdeen, e o detalhe que a ~obra~ traz no rosto: uma lágrima

Como já tinha dito aqui antes, neste ano, Aberdeen, cidade natal de Kurt Cobain, transformou o dia 20 de fevereiro no Kurt Cobain Day. A data coincide com o aniversário do líder do Nirvana, que teria completado 47 anos caso não tivesse se matado há duas décadas. Para a primeira celebração da data, ontem, autoridades locais revelaram ao público uma estátua do músico, que a partir de agora ficará em exposição no Museu de História de Aberdeen.

Com uma lágrima no rosto, uma aparência, digamos, não tão fiel aos traços de Kurt, e uma beleza também distante da apresentada pelo moço quando vivo, a "obra de arte" repercutiu na internet pelos exatos motivos citados anteriormente, mas tudo isso passa longe dos detalhes pitorescos que permeiam a história da escultura.  

A estátua está pronta há vinte anos e é de autoria de uma fã local, Randi Hubbard, uma ex-motorista de caminhão que pilotava o veículo em competições. Ela começou a se envolver com a arte de esculpir pouco depois da morte da mãe, dois anos antes do suicídio de Cobain.

Uma escultura pequena em barro e cera feita por Hubbard uma noite antes do corpo de Kurt ser encontrado (!!!) foi a referência inicial para o trabalho. A versão em tamanho real, revelada ontem, pesa aproximadamente 270 quilos.

Courtney Love chegou a oferecer para Hubbard moldes de gesso das mãos de Kurt, à época, para ajudar na produção da versão gigante (how the hell essa mulher arrumou moldes das mãos do Kurt?). Já o avô do músico acompanhou todo o progresso do trabalho da fã pessoalmente.

"All Apologies", uma das músicas do Nirvana, é o nome que Hubbard deu para a obra e o tema que a inspirou durante o trabalho. A ~polêmica~ lágrima que escorre do rosto da estátua é a síntese da inspiração encontrada na música, segundo declarou a autora aos jornais em 1994. "Todos temos um Kurt Cobain dentro de nós. Possivelmente, todos já estivemos no limite", ela resumiu.

A peça passou estes últimos 20 anos nos fundos da loja de peças automotivas do marido de Hubbard. Em 1994, três meses após a morte de Kurt, a prefeitura chegou a planejar uma exposição da estátua por três meses em um parque da cidade, mas voltou atrás diante de reclamações de moradores indignados pela homenagem a um jovem drogado e suicida.

A crítica à celebração de uma personalidade autodestrutiva permanece 20 anos depois, e foi um dos pontos levantados pela cobertura norte-americana dos eventos realizados ontem. Mas, pelo visto, a força do revival e da efeméride - em abril serão 20 anos da morte do músico - serão mais forte que o clamor popular. Não tem mais volta. Agora vamos ter que encarar pra sempre a tristeza de Kurt em uma de suas formas menos bonitas. Meh.

Randi Hubbard posa para jornal do Oregon em julho de 1994, enquanto produzia a estátua






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