19 de nov. de 2010


Há alguns meses, escrevi aqui sobre a eterna privação que os fãs de Beatles vão sofrer da emoção singular de se ter uma experiência ao vivo com a banda. Algum tempo depois, postei uma reportagem que fiz, na qual fãs da banda tentavam imaginar como estariam hoje os fab four se o destino não os tivesse separado e levado John e George.

Escrevendo por linhas tortas, Deus fez com que estas duas situações, de alguma forma, se cruzassem neste fim de ano, e ainda me colocou no meio disso tudo. Paul vem tocar no Brasil e eu vou. Não são os Beatles - é só um deles, mas vou ter o prazer de ouvir ao vivo algumas das grandes composições da banda executadas pelo cara que concebeu o Sgt. Pepper's, o que já é demais para uma pessoa só.

Por conta disso, minha emoção e minha razão estão entregues a este show. Emoção porque sou fã há anos da banda, o que no meu caso está longe de ser um clichê. Os Beatles foram uma das pouquíssimas bandas que sobreviveram às bruscas oscilações do meu gosto musical que, esquizofrênico, eclético, ecumênico ou seja lá o que for, vem passeando por alguns extremos da música desde a pré-adolescência. Se você visse os meus arquivos de MP3 que mantenho há pelo menos dez anos, veria que, para o sujeito se manter firme nessa montanha-russa musical, só mesmo conseguindo enraizar um sentimento profundo de admiração em mim - e os Beatles conseguiram.

Razão porque, acima de tudo, tenho um interesse imenso por música popular, na sua dimensão histórica e social, logo, estar presente em uma apresentação do Paul é também ter uma experiência direta com um cara que, ao lado de outros três, criou padrões e referências para muito do que é feito no mundo da música ainda hoje. É manter um diálogo com parte viva dessa história.

É sob essa dupla condição, que me deixa emocionada e ao mesmo tempo instigada, que vou ver um Beatle no domingo. Quando voltar, conto como foi.

Um comentário:

  1. Que sorte a sua, Pri! Infelizmente, um conjunto de fatores não me permite ver o show. Ainda não me recuperei do trauma, mas já não sofro tanto. Bom show pra você¹

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