4 de fev. de 2014

Bono não se sente a última bolacha do pacote. Muito pelo contrário.

Bono foi o entrevistado de ontem do programa de Zane Lowe na BBC Radio 1 e aproveitou para transformar o papo em uma sessão de análise involuntária. Do início ao fim da conversa de quase 15 minutos, o líder do U2 soltou frases carregadas de insegurança sobre o papel da banda na cena atual, muitas delas dita na primeira pessoa do plural (nós) - ou seja, ele atribuiu as incertezas também a Edge, Adam e Larry. Ou ele é um cara realmente muito pé no chão, ou tem uma baita de uma lábia usada estrategicamente pra gente ter compaixão dele. Com todos os poréns que um Bono que às vezes fala demais tem, fico com a primeira opção. Julgue:

"Fico encantado em saber que ainda tem gente interessada em nós"
Foi o que Bono soltou ao comentar a repercussão do lançamento de "Invisible" no intervalo do Super Bowl. A música foi disponibilizada gratuitamente na rede e, para cada download, um dólar será doado para a (RED), organização de combate à AIDS criada por Bono. Em uma hora, 1 milhão de downloads foram feitos. Em pouco mais de um dia, 3 milhões.

"'Insegurança'. Esse é o nome de trabalho (do disco), mas não é o nome do disco"
Ok, foi em tom de brincadeira que Bono soltou essa, mas não deixa de ser uma manifestação do inconsciente do quarteto tendo em vista os desabafos da entrevista. A explicação "séria" para o uso do nome dada por ele: "Alguém fez um desenho de uma pessoa em um protesto e ao invés de colocar 'Segurança' na parte de trás da jaqueta, colocou 'Insegurança'".

"Tentamos entender porque alguém iria querer um novo disco do U2"
Segundo Bono, foram os questionamentos que a banda se impôs antes de começar a trabalhar no disco que está em fase de finalização. Até os próprios integrantes, ele disse, se perguntaram se a banda desejava realmente gravar novo material - já são cinco anos desde o último lançamento, "No Line on the Horizon".

"Sentimos como se estivéssemos à beira da irrelevância"
Foi algo que veio à tona no hiato de novos discos iniciado em 2009, mas não só. Bono disse que o sentimento de irrelevância esteve presente "a lot in our lives".

"Estou perfeitamente preparado para as pessoas tentarem sumir com a gente do palco. É o instinto correto"
Isso é porque ele não tem certeza se a nova música, "Invisible", vai agradar o público, apesar de considerá-la uma boa canção. Porém, mesmo estando pronto pra ver o público lhe virar as costas Bono avisa: "Não vai ser fácil (o público ignorar a banda)". Bingo!

Ouça a entrevista na íntegra: http://www.bbc.co.uk/programmes/p01rmyjp

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