27 de jan. de 2014


A expressão diz: "eu já sabia"; o chapéu diz: "por essa vocês não esperavam"

O Grammy teve tudo aquilo que a gente esperava: o Daft Punk, turbinado pelo poder de midas do Pharrell, levando os principais prêmios da noite (disco do ano, gravação do ano e duo/grupo pop); a Lorde sendo justamente reconhecida (música do ano e artista pop solo); aquele monte de apresentação de artista country que a gente do lado de cá do Equador tem que engolir; e aquela sensação de que a transmissão nunca vai acabar.

Teve ainda Madonna, Queen Latifah, Macklemore e Ryan Lewis celebrando a união de 20 casais - gays e heteros - ao vivo sob a benção de "Same Love", um hino sobre respeito e aceitação; e o Paul recebendo um agrado a mais da academia (afinal ele era o homenageado da noite por conta dos 50 anos da chegada dos Beatles aos Estados Unidos) com o prêmio de melhor música de rock por "Cut Me Some Slack", colaboração com o Dave Grohl, o Kirst Novoselic e o Pat Smear, ou o chamado "Sirvana". Ah, e teve o Pharrell com um chapéu absurdo que disputou atenção com os capacetes do Daft Punk.

Mas teve um monte de coisa que também não aconteceu. Ficou faltando entregar os seguintes prêmios:

Prêmio Cilada, cilada, cilada...
Para: Lorde
Tanta expectativa e tanta moral pra chegar lá e fazer playback, sério?




Prêmio Joelma
Para: Taylor Swift
Ela bateu cabelo como se não houvesse amanhã enquanto cantava AND tocava piano. Muita classe.



Prêmio Paula Fernandes
Para: Kacey Musgraves
Uma vez por ano, exatamente no dia do Grammy, a gente fica sabendo da existência de alguns artistas country. A descoberta de 2014 foi essa moça que deve dividir o guarda-roupa ou o estilista com a Paula Fernandes.



Prêmio Samba do Criolo Doido
Para: Robin Ticke e Chicago
Um medley desconjuntado que foi progressivamente ribanceira abaixo até cair no buraco com os tiozinhos caindo de para-quedas numa versão insossa e caretinha de "Blurred Lines", que encerrou a performance.




Prêmio Bigger Than Jesus
Para: Daft Punk, Pharrell, Nile Rodgers e Stevie Wonder
Havia dois beatles na plateia e ainda Sean Lennon, quase um cosplay do pai (onde estava o Dhani pra fazer o cosplay do George?). A academia preferiu juntar apenas os dois originais e foi lindo ver Paulzão e Ringão tocando juntos uma música cuja letra remete à infância do Paul em Liverpool ("Queenie Eye"), mas o combo Daft Punk + Pharrell Williams + Nile Rodgers + Stevie Wonder era a melhor combinação de todos os tempos da noite passada. Tanto que a gente viu Paul e Ringo curtindo a performance ao vivo. E Yoko também, numa dancinha bem vida loka. E o Steven Tyler também. E a Beyoncé e a Taylor Swift. E a galera toda que estava ali, num momento lose yourself to dance, num momento freak out, fazendo o nosso nível de recalque crescer por não estar lá.



Prêmio O Amor e o Poder
Para: Beyoncé e Jay-Z
Eles foram eleitos pela Billboard os mais poderosos da indústria da música - os únicos artistas em uma lista de 100 nomes dominada por figurões de gravadoras e mega corporações, e foram designados para abrir a grande festa dessa mesma indústria. O casal Carter cumpriu seu papel, com Beyoncé usando mais um body poderoso e Jay-Z em uma silhueta poderosa, mais slim. A música, "Drunk in Love", nem era tão poderosa assim, parecia que não ia decolar nunca, mas deu uma arrancada quando o rapper subiu no palco para completar a metade que faltava do poder.




Prêmio Sou foda, sou sinistro, melhor que seu marido
Para: Josh Homme
Porque esse prêmio será sempre dele. E porque ver o único macho-alfa na face da terra (com Dave Grohl e Nine Inch Nails de brinde) é a única coisa que dá sentido ao Grammy e te segura até o fim da transmissão, pra lá das 2h30 da manhã na frente da TV, depois que Paul e Ringo e o Daft Punk com Pharrell, Nile Rodgers e Stevie Wonder se apresentaram.

Josh com cara de "o melhor sempre fica pro final"

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