24 de jan. de 2014

Luiz Carlos viu Dilma (a real) acompanhar, de longe, o show do Raça Negra

O Raça Negra faz show amanhã (25) aqui em BH com transmissão ao vivo pelo Multishow. Conversei* com o vocalista da banda, Luiz Carlos, sobre os 30 anos do grupo, a indiezação do pagode (e ele diz que não faz pagode) e o sucesso de suas músicas com as Dilmas, a bolada e a real.

Responsável por mais de 70% dos shows que o Raça Negra fez no ano passado, o público mineiro ganha uma retribuição na mesma proporção no próximo sábado (25), quando a banda apresenta no Chevrolet Hall o show do DVD “Raça Negra e Amigos”, com transmissão ao vivo pelo canal a cabo Multishow.

No palco, o grupo celebra uma trajetória de 30 anos que ficou marcada pelo pioneirismo em transformar o romantismo em elemento central do samba, dando origem ao que ficou conhecido como pagode romântico. O vocalista Luis Carlos, porém, rejeita o termo. “Essa coisa pejorativa do pagode surgiu nos anos 1990 mas, na realidade, pagode é uma dança mineira chamada catira. Eu não gosto de ser chamado de pagodeiro porque eu canto samba romântico”, determina.

O incômodo com o tratamento pejorativo ganha contrapeso com o prestígio que o grupo ver nascer em universos aparentemente alheios ao samba. Caso do disco “Jeito Felindie”, tributo de artistas de rock independente ao repertório do Raça Negra lançado em 2012.

“A reação, de início, é de espanto, porque fica totalmente diferente, mas depois você fica feliz. Acho legal também você estar atento ao trabalho dos outros. Nos anos 1990, logo após o falecimento do Cazuza, cantamos 'Pro Dia Nascer Feliz' em ritmo de samba”, compara Luis, que aproveita para reforçar a extensão de seu fã clube. “A Fernanda Torres também declarou recentemente que gosta da gente”.

Quem também “integra” o fã clube dos sambistas é a personagem Dilma Bolada, que faz sucesso na internet com uma sátira da presidente Dilma Rousseff. Volta e meia, a personagem comenta que está ouvindo “Cheia de Manias”, um dos principais sucessos do grupo. Luiz Carlos aprova a brincadeira e lembra que, em algum grau, talvez a ficção imite a realidade.

“Fizemos um show no dia 1º de janeiro na Cidade Baixa, em Salvador, e a presidente estava passeando de barco na praia com a filha e o neto. De onde ela estava, podia ouvir a gente”, conta.

Raça Negra
Chevrolet Hall (av. Nossa Senhora do Carmo, 230, Savassi, 4003-5588) Dia 25 (sábado), às 23h. R$ 400 (mesa para 4 pessoas), R$ 70 (inteira, 3º lote)

*Texto publicado na edição de 18/01/2013 do jornal Pampulha

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