28 de ago. de 2014

Beyonçona foi só a ponta do iceberg do poderio das moças neste VMA

Agora que o furor diante da performance de Beyonçona deu uma acalmada, já que estamos todos pasmos diante do dilema ser gato ou não ser/ser gente ou não ser da Hello Kitty, é hora de voltar o olhar novamente para o VMA, com mais calma, e sentenciar: este foi o VMA das mulheres. Os 15 minutos acachapantes de show de Queen Bey já seriam suficientes para sustentar a constatação, mas houve muito mais demonstrações de girl power do que as Spice Girls poderiam prever quando jogavam na roda do pop a ideia de poder de garotas meio que a esmo lá no fim dos anos 1990.

Comecemos, claro, pela mãe da Blue Ivy, que é a ponta do iceberg de toda essa história. Em 15 minutos, alinhavou poder, domínio, feminilidade, maternidade e - olha só que lindo - feminismo, essa palavra que assusta tanta gente, apesar de Beyoncé ter apresentado um sentido bastante simples e claro do sentido que ele pode carregar. Criou polêmica, claro, porque o mundo ainda não está completamente preparado para ver uma mulher se auto-afirmar com tanta convicção, completude e perfeição (she's flawless!), mas ao mesmo tempo fez o imenso favor de colocar a internet para discutir e pensar sobre os sentidos do feminismo.

Mas antes que Bey sintetizasse o poderio do mulheril e roubasse com certa justiça os holofotes, tivemos a mocinha Lorde fazendo história ao ser a primeira mulher a levar o VMA na categoria clipe de rock. Ok, não há nada que soe esteticamente como rock em uma nota sequer de "Royals", mas é fácil se convencer de que Lorde é uma artista de rock na essência e no comportamento. Com seu jeitão dark, meio Vandinha da Família Adams, desengonçado e introspectivo, vai na contramão das atuais vozes femininas em evidência, focadas no pop colorido e feliz. E é disso que o rock e suas vertentes têm se alimentado para ganhar sentido (pelo menos costumava ser assim lá nos primórdios): ir contra tendências dominantes.

E antes que Lorde abocanhasse mais um prêmio ainda tivemos Nicki Minaj, Ariana Grande e Jessie J, individualmente e juntas, quebrando a banca com a segunda performance mais memorável da noite. Da trindade pop até Queen Bey a mulherada também dominou os prêmios deste VMA. Foram sete categorias de prêmios. Excluindo as categorias de gênero, melhor vídeo feminino e melhor vídeo masculino, das cinco restantes, quatro foram vencidas por moças:  Miley Cyrus, "Wrecking Ball" (vídeo do ano), Ariana Grande e Iggy Azalea, "Problem" (vídeo pop), Lorde, "Royals" (vídeo de rock), Fifth Harmony, "Miss Movin On" (artista revelação) e Hayley Williams, na parceria com o mocinho Zedd, "Stay the Night" (prêmio Clubland).

Abalou Bangu. Abalou tanto que acho até que o M de VMA virou de ponta-cabeça e virou um W, de Woman.

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