19 de jan. de 2011


Tomando emprestado o alfabeto cirílico, o título deste post significa "bossa nova" em russo. É que nas minhas andanças pela internet, acabei descobrindo, via El País, que os russos, no auge da Guerra Fria e na defesa do comunismo, se aventuraram pela burguesa música de apartamento gestada no ensolarado Rio de Janeiro.

Parte desse trabalho, produzido nas décadas de 60 e 70, está nas coletâneas intituladas "Bossa Nova - A música mais maravilhosa da URSS", cujo um dos quatro discos (na imagem acima, a quarta capa, abaixo, à direita) pode ser baixado aqui. Em sua maior parte instrumentais, as faixas, em seu cojunto, acabam pendendo mais para o jazz, um dos pais do gênero de João Gilberto e Tom Jobim (presente no disco por intermédio de uma regravação de "Insensatez). A exceção fica por conta das faixas que abrem o disco, que conservam um pouco do balanço que dá o toque de brasilidade que permite nacionalizar o estilo. Quando há vocal, a interpretação passa longe do sussurro minimalista pregado pelos bossanovistas, ficando, às vezes, mais próxima dos excessos da música romântica.

A bossa nova à moda russa também troca o clima de "dia de luz/festa de sol/macio azul do mar" por "Outono chuvoso", "Triste chuva" e "Neva", títulos de algumas faixas, segundo me informa o tradutor do Google. Ainda de acordo com o tradutor, os russos classificam a bossa nova como "easy listening", música para entreter e relaxar, bem diferente da aura de erudição com a qual o gênero é revestido por aqui.

Para comparar ou só conhecer, baixe aqui.

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