13 de out. de 2010

Ontem, numa terça-feira bem britânica - frio e nublado; só faltou a chuva -, o Echo & the Bunnymen tocou em BH, saldando a dívida deixada em 2006 - naquele ano, a banda agendou shows em várias cidades, incluindo BH. Por problemas de última hora, as apresentações foram canceladas. Posteriormente, as datas foram remarcadas, mas belzonte ficou de fora. Todos os hits estiveram presentes no show: "Bringing Down the Dancing Horses", "The Cutter", "Lips Like Sugar" e "The Killing Moon" - óbvio. Só faltou encher a casa.

Quando entrei no Chevrolet Hall, me deparei com longas faixas pretas presas entre o teto e a arquibancada, "decoração" já repetida em outras ocasiões, como os shows do Placebo e do Interpol. Já era o primeiro sinal de que a casa não lotaria - como não havia gente suficiente para preencher as arquibancadas, as faixas cobriram o local. Bastou olhar para a pista para confirmar a suposição: o público ocupava metade do espaço, mas há que se considerar que boa parte dele estava bastante "espalhada".

Tenho duas hipóteses para tentar entender esse show metade vazio:

1)O público de BH, com a preguiça do final do feriado, preferiu não comparecer
2)O Chevrolet era grande demais para o Echo

A primeira hipótese reforça o clichê de que o público de BH reclama que não recebe tantos shows quanto São Paulo ou Rio, mas não comparece quando um ou outro artista vem aqui. Tendo a descartá-la, porque ela não é uma constante. Em março, o A-Ha lotou o mesmo Chevrolet Hall. Lauryn Hill não abarrotou a casa, mas conseguiu esgotar o primeiro lote. Nando Reis e Mart'nália, que só tocam daqui a dez dias, há mais de uma semana esgotaram três lotes da pista e um da arquibancada.

Sobra, então, a hipótese número 2, que pode ser colocada em outros termos: "O Echo não tem um público suficientemente grande em BH". Reconheçamos, o Echo não é uma banda que arrasta multidões. Obviamente, isso não impede a realização de um show. Basta que se faça a apresentação em um local menor, para que se evite o constrangimento de se receber a banda em uma casa onde o só falta ouvir o canto dos grilos. Temos alternativas?

Lapa? Sem querer dicotomizar, num espectro que vai do underground ao mainstream, o Lapa se consolidou por fazer produções mais próximas do primeiro termo - mais independentes, de custo mais baixo. Music Hall? O Music Hall caminhava para o segundo termo, e poderia ser uma alternativa para este caso, mas a perda de patrocínio obrigou a casa a se voltar para o primeiro termo.

Conclusão: quando o problema não é o público, é a falta de espaços adequados para determinados tipos de shows. Sai desse mato sem cachorro, BH!

PS: Considero que este blábláblá também se aplica ao natimorto show do Air, que ocorreria na próxima sexta (15), no mesmo Chevrolet, mas foi cancelado por baixas vendas. Não quer dizer que a dupla francesa não tenha público, apenas que superestimaram o tamanho deste. Enquanto aqui a banda tocaria num lugar com lotação de 5.800 pessoas, por exemplo, no Rio - onde o show continua marcado - o Air se apresenta no Circo Voador, com capacidade muito mais modesta e adequada para o seu público: 2500 pessoas.

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